Beat Reusser
Nunca existiu, e nem existirá, um velocista como Usain Bolt.
Neste domingo, no Engenhão, o público que ficou mudo antes da largada da final dos 100 metros rasos explodiu quando o jamaicano superou novamente seus rivais para cruzar a linha de chegada em primeiro e conquistar pela terceira vez a medalha de ouro na prova em Jogos Olímpicos: 9s81.
Justin Gatlin, mais uma vez, ficou atrás do grande rival com o tempo de 9s89 e é prata. Já o canadense Andre de Grasse surpreendeu ao deixar de fora do pódio outro jamaicano, Yohan Blake, por apenas dois centésimos: 9s91 a 9s93.
Bolt pode não ser mais o mesmo que assombrou o mundo com recordes atrás de recordes, porém é aquele que desafia a velocidade. Desafia o impossível. Nunca alguém tinha vencido por três vezes em Olimpíadas a prova mais rápida do atletismo, fosse homem ou mulher.
Ele desempatou a conta com Carl Lewis, Wyomia Tyus, Gail Devers e Shelly-Ann Fraser-Pryce, sua compatriota que poderia ter alcançado o mesmo feito, mas que no último sábado ficou com o bronze na decisão feminina (o ouro, porém, segue com a Jamaica, agora com Elaine Thompson).
Nunca alguém havia ganhado os 100m e os 200m em dois Jogos consecutivos até surgir o jamaicano. E ele agora vai atrás de outro tri, a partir da próxima terça-feira, na corrida que é a sua especialidade, a prova na qual já deixa os adversários falando sozinhos na curva.
A conquista no Rio de Janeiro tem outros significados para Usain Bolt.
Aos 29 anos, ele superou também os limites do próprio corpo. Na seletiva nacional para a Olimpíada brasileira, ‘The Lightning' sentiu uma lesão na coxa esquerda e virou dúvida. Viajou até a Alemanha, tratou-se com o médico Hans Muller-Wohlfahrt e voltou a correr em Londres, em julho, precisando mostrar que estava apto.
E o jamaicano venceu os 200m da etapa da Liga Diamante para se garantir no Rio 2016.
Até hoje ele está perfeito em Olimpíadas: sete provas disputadas, sete ouros.
E a história (ainda) está sendo escrita por Bolt.
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