Carlos Augusto
Definitivamente, a F1 viverá uma nova era em 2017. Dentro das pistas, a categoria que é considerada o ápice do automobilismo terá grandes mudanças com a adoção de um novo regulamento técnico, que promete entregar carros mais rápidos e agressivos e também busca tornar o esporte mais emocionante e imprevisível. Mas os rumos do Mundial não vão mudar apenas na esfera esportiva. Isso porque, depois de quase 40 anos, Bernie Ecclestone vai deixar o comando da F1. A confirmação foi feita pelo próprio dirigente de 85 anos em entrevista publicada pela revista alemã 'Auto Motor und Sport' nesta segunda-feira (23).
Neste primeiro momento, Chase Carey será o substituto de Ecclestone no comando da F1 (Foto: AFP) |
O britânico, que chegou a disputar provas da categoria, se notabilizou mesmo pelo seu tino para os negócios. Ex-chefe de equipe da Brabham, Ecclestone deu o pulo do gato e se tornou proprietário dos direitos de transmissão da F1 a partir de 1978, se tornando executivo-chefe da antiga FOCA (Associação dos Construtores da F1), adquirindo muita influência e poder. Mas tudo começou a mudar com a chegada do Liberty Media, gigante conglomerado norte-americano, como acionista majoritário da F1. E foi a empresa, que teve o aval da FIA para concretizar a compra da F1, quem determinou o começo de uma nova era no esporte, oficializada pelo próprio dirigente. De acordo com a revista britânica 'Autosport', a formalização da saída de Bernie será feita nesta terça-feira.
“Fui deposto hoje. Vou embora, isso é oficial. Não dirijo mais a empresa. Minha posição foi assumida por Chase Carey”, declarou Ecclestone em fala divulgada pela revista alemã ‘Auto Motor und Sport’. “Meus dias no escritório estão ficando um pouco mais calmos agora. Ainda tenho um monte de amigos na F1. E eu ainda tenho dinheiro suficiente para poder pagar uma visita a uma corrida”, acrescentou o britânico, que vai assumir uma função simbólica de presidente honorário.
“Minha nova posição é agora uma expressão americana. Uma espécie de presidente honorário. Vou assumir esse título sem saber ao certo o que significa”, disse.
Neste primeiro momento, o presidente do Liberty Media, Chase Carey, vai acumular a função com a de diretor-executivo da F1.
As notícias a respeito do possível afastamento de Ecclestone da chefia da F1 começaram desde quando surgiram os primeiros rumores sobre a venda do esporte para o Liberty Media justamente pelas partes terem filosofias bem distintas sobre a categoria.
Com nova filosofia e uma estrutura renovada, o Liberty Media pretende descentralizar o comando da F1. De perfil ditatorial e com poder tanto nas esferas comercial como esportiva, Bernie Ecclestone sai de cena para ser substituído neste momento pelo presidente do Liberty Media, Chase Carey. Contudo, conforme noticiou a emissora britânica Sky Sports, Sean Bratches, ex-executivo da ESPN, deve ser o escolhido para chefiar os direitos comerciais da categoria.
No campo esportivo, ninguém menos que Ross Brawn, nome que já vinha sendo ventilado há tempos, deverá ser o novo comandante da F1, também informa a emissora Sky Sports. Brawn, com passagens de destaque pela Benetton, Ferrari e Mercedes, além de ter sido campeão mundial pela sua própria equipe em 2009, tem bom trânsito na F1 e tem um perfil mais flexível e mais aberto às novas tecnologias em relação a Bernie, estando assim bem alinhado ao discurso do Liberty Media. Tanto Brawn como Sean Bratches também devem ser oficializados nas novas funções diretivas na F1 nesta terça-feira.
Um dos desejos do novo dono da F1 é fazer com que as equipes do grid também façam parte do controle acionário do esporte, também aumentando assim o poder de decisão dos rumos do esporte, algo que Bernie jamais concordou. Sem a influência do homem mais influente da história da F1, certamente o Liberty Media terá uma flexibilidade maior para impor sua nova filosofia e implementar, de vez, uma nova era na principal categoria do esporte a motor.
Seja com novos formatos de competição, novos personagens e distribuição mais justa do dinheiro, a perspectiva indica uma F1 menos ‘engessada’ no futuro. Ganham os artistas do espetáculo, ganham as empresas que investem pesado no esporte, ganham também os fãs, que aguardam com expectativa pela nova era na F1 pós-Bernie Ecclestone.
Fonte:grandepremio.uol.com.br
Fotos:AFP
Nenhum comentário:
Postar um comentário