Carlos Augusto
Vitória com folga na raia 4 do Engenhão (Foto: Fabrizio Bensch/Reuters) |
Não era noite de voo solo. Era noite de trabalhar em equipe e usar o próprio brilho para consagrar os companheiros. Mas mesmo tratando-se de um quarteto, quem todos queriam ver era Usain Bolt. E o Raio não decepcionou. Caiu pela terceira vez no mesmo lugar: no topo do pódio. Cruzou em primeiro lugar a linha de chegada de sua última prova olímpica, fechando o revezamento 4x100m da Jamaica com maestria (37s27) e levando o país ao tricampeonato da prova. No Engenhão, o homem mais rápido do mundo despediu-se dos Jogos com a terceira tríplice coroa da carreira, já que também havido sido campeão dos 100m e 200m rasos.
Felizes aqueles que estiveram no estádio olímpico do Rio para presenciar o adeus e ver a festa, com direito a uma sambadinha coletiva e soco no ar à lá Pelé. Pobres japoneses, que apesar de levarem a prata no Rio com direito a recorde asiático (37s60) não terão a sorte de ver o maior de todos os tempos em ação daqui a quatro anos.
Bolt arranca para levar a Jamaica ao topo do pódioe comemora ouro no 4x100m (Foto: Gonzalo Fuentes/REUTERS) |
O bronze ficou com o Canadá (37s64), que também bateu marca nacional e foi beneficiado pela desclassificação dos Estados Unidos, eliminados por realizar a troca de bastões fora da área permitida. Trinidad e Tobago também foi punido por pisar em raia adversária, e assim o Brasil, que contou com Ricardo de Souza, Vitor Hugo Santos, Bruno Lins e Jorge Vides, subiu da oitava para a sexta colocação com o tempo de 38s41.
Vitor Hugo adotou discurso parecido e quer analisar a prova para ver no que é possível melhorar.
Nas eliminatórias, os jamaicanos não contaram com Bolt. A formação com Jevaughn Minzie, Asafa Powell, Nickel Ashmeade e Kemar Bailey-Cole se classificou na quinta posição, com 37s94. Para a final desta sexta, dois nomes, assim como a ordem, foram trocados. Asafa abriu a prova, seguido por Yohan Blake. Coube a Ashmeade passar o bastão para Bolt cruzar a linha de chegada.
Yohan Blake, Nickel Ashmeade, Usain Bolt e Asafa Powell: Amor Brasil e Jamaica (Foto: REUTERS/Dominic Ebenbichler) |
Duas horas antes de correr, Bolt entrou em cena e deu o gostinho de sua presença para o público. Na cerimônia de premiação dos 200m, arrancou os primeiros – de muitos – aplausos da noite. Às 22h36, quando a final do 4x100m masculino finalmente foi anunciada pelos locutores, a torcida vibrou. Era para ver aquele momento que todos tinham comprado ingresso. Diante do anúncio das equipes, a vibração pela Jamaica foi absurda. Talvez só o quarteto do Brasil tenha recebido mais gritos – e mesmo assim, há dúvidas.
Cada atleta se posicionou na área que lhe cabia nas respectivas raias. Bolt, que fecharia a prova, ficou na curva final. Andou de um lado para o outro, acenou, e pela primeira vez ouviu o público gritar algo que não fosse seu nome quando estava na pista. A torcida gritava "Brasil! Brasil!". Fazia festa para os anfitriões antes do começo. Ao fim da prova, o delírio seria pelo quarteto jamaicano.
Fonte:Globo
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