Carlos Augusto
Os lutadores do UFC Georges St. Pierre, Cain Velasquez, Tim Kennedy, Donald Cerrone e TJ Dillashaw anunciaram a criação de uma associação para cuidar dos direitos dos atletas de MMA, nessa quarta-feira. Nomeada de Mixed Martial Arts Athletes Association (MMAAA), a entidade que será liderada apenas por lutadores também conta com a presença do ex-presidente do Bellator, Bjorn Rebney, como consultor.
Tim Kennedy explicou a intenção da associação e criticou o tratamento dado pelas organizações, principalmente o Ultimate, aos lutadores. “Vamos mudar a forma como a indústria e o esporte são encarados hoje. Eu esperava que os lucros recordes que o MMA conseguiu fossem divididos com os lutadores, e que eles não seriam deixados para trás. A única coisa que os lutadores podem ter certeza é que terão que lidar com as lesões. Estou orgulhoso por anunciar o lançamento oficial da Mixed Martial Arts Athletes Association”, destacou.
Ex-presidente do Bellator será consultor da entidade criada por GSP, Cerrone, TJ, Kennedy e Cain |
Ex-campeão dos meio-médios e um dos maiores lutadores da história do UFC, Georges St. Pierre, que ainda está afastado do octógono, pediu união dos lutadores, apontou a discrepância no repasse de lucros aos atletas e cobrou uma divisão igualitária.
“Eu sou um dos raros lutadores que saiu saudável e rico. Não posso dizer o mesmo da maioria desses caras. Nem mesmo Conor McGregor recebe uma divisão justa. Lutadores têm sido ameaçados ou intimidados. Há pessoas que se aproximaram de mim pela mesma situação. Está é uma equipe sólida. É hora de sermos ouvidos e fazer as mudanças acontecerem. Na maioria dos esportes, a divisão entre promotores e atletas é de 50/50. Mas, para nós, é cerca de 8%”, criticou o canadense.
Bjorn Rebney fez coro ao discurso de GSP e exemplificou ainda mais a desigualdade no repasse, especialmente no UFC, principal organização de MMA do mundo. “Os números confirmam a forma ultrajante e unilateral com a qual o UFC trata os atletas. O MMA é um esporte perigoso, e as conseqüências de ser um artista marcial, a curto ou longo prazo, são assustadoras. Apenas pura decência humana diz que os lutadores devem ser pagos de forma justa e cuidados a longo prazo. No ano mais bem sucedido que já tive no Bellator, eu paguei 53% da receita aos lutadores. Vamos conseguir um acordo com o UFC”,declarou.
Já o ex-campeão do peso pesado, Cain Velasquez, que tem revanche agendada contra Fabricio Werdum, no dia 30 de dezembro, reclamou da falta de auxílio para os lutadores lesionados e o abandono para os aposentados. “Eu passei por sete cirurgias desde 2008. E já tenho outra cirurgia marcada para depois da próxima luta. Não existe plano de saúde pós-aposentadoria. O fato de estarmos unidos agora é para melhorar as nossas vidas no futuro”, comentou.
Fonte:www.mg.superesportes.com.br
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