Carlos Augusto
Pelo sonho de fazer uma luta principal na maior organização de MMA do mundo, Cris Cyborg voltou a enfrentar uma atleta desconhecida do grande público e precisou passar por processo sacrificante de corte de peso. A semana foi intensa, recheada de dúvidas sobre se ela conseguiria alcançar a marca de 64kg, já que a companhia não tem a sua divisão de origem, que é a dos penas (até 66kg). Neste sábado, uma imagem ainda pareceu mostrar que ela não atingiu. Nada que abalasse o fenômeno que é esta lutadora. Contra Lina Lansberg, ela voltou a não tomar conhecimento de sua adversária, assumiu a responsabilidade de carregar nas costas o UFC Brasília e não decepcionou. A brasileira venceu por nocaute técnico aos 2m29s do segundo round e fez a festa do público no ginásio Nilson Nelson.
Cris Cyborg acerta um direto de esquerda na sueca Lina Lansberg no UFC Brasília (Foto: Getty Images) |
Cyborg agora ostenta um cartel de 17 vitórias e uma derrota. No Ultimate, venceu pela segunda vez em duas atuações. E cada vez mais parece que se não existe a categoria de Cyborg no UFC, pior para o UFC. Após o triunfo, ela disse não pensar no título e voltou a afirmar que quer fazer superlutas.
Lansberg, que terminou com o olho esquerdo totalmente fechado pelos golpes recebidos, impressionou pela resistência. Aguentou o primeiro round, coisa que as quatro adversárias anteriores de Cyborg não conseguiram, mas não resistiu ao segundo. No fim, agradeceu à rival pela luta, mas mostrou-se desapontada com sua performance.
A luta
Assim como fez em Curitiba, quando nocauteou Leslie Smith em maio, Cyborg entrou correndo no ginásio. Tem a pressa de quem quer terminar seu serviço de forma rápida. Ela é dessas, não costuma se alongar em seus combates e impõe derrotas às suas rivais de forma rápida e nada indolor. Quando Mário Yamasaki decretou o início da luta, a brasileira partiu para cima sedenta pelo triunfo. A direita entrou no rosto de Lansberg, e Cris foi para o clinche. Ameaçou uma queda e disputou o domínio na grade. Após muita briga pela posição, Cyborg ganhou espaço e combinou alguns socos duros, mas voltou logo para o clinche. O árbitro separou as atletas, e a brasileira conectou dois jabs antes de se ver agarrada com Lansberg outra vez. Porém, ela conseguiu encontrar a pegada no double leg, aplicou a queda, foi para a montada e golpeou no ground and pound. A sueca resistiu e conseguiu levantar. Cyborg aproveitou para balançar a adversária com outra combinação de socos antes do round encerrar. E Lansberg já estava mais longe que as últimas quatro oponentes da brasileira.
Cris Cyborg aplica o ground and pound em Lina Lansberg no UFC Brasília (Foto: Getty Images) |
Ir para o terceiro round não estava nos planos de Cris Cyborg. Uma bomba de direita explodiu no rosto de Lansberg, que resistiu a uma sequência de socos e chutes sem cair. Ela agarrou a brasileira e a colocou com as costas na grade. Se Cyborg queria terminar logo, Lina Lansberg estava disposta a provar que pode atuar contra as melhores do mundo. Mas Cyborg conseguiu outra queda e fez a Rainha das Cotoveladas sofrer uma série de golpes que lhe renderam o apelido. Muitos socos também foram colocados por Cris, enquanto Lansberg apenas se defendia. Virou questão de tempo para Yamasaki interromper e selar o triunfo da dona da festa.
Confira todas as lutas do evento:
CARD PRINCIPAL
Cris Cyborg vence Lina Lansberg por nocaute técnico aos 2m29s do segundo round
Renan Barão venceu Phillipe Nover por decisão unânime (29-28, 29-28 e 30-27)
Roy Nelson venceu Antônio Pezão por nocaute aos 4m10s do R2
Francisco Massaranduba venceu Paul Felder por interrupção médica aos 2m25s do R3
Eric Spicely venceu Thiago Marreta por finalização aos 2m58s do R1
Godofredo Pepey venceu Mike de La Torre por finalização aos 3m03s do R1
CARD PRELIMINAR
Michel Trator venceu Gilbert Durinho por decisão unânime (triplo 30-27)
Rani Yahya venceu Michinori Tanaka por decisão unânime (triplo 29-28)
Jussier Formiga venceu Dustin Ortiz por decisão unânime (30-27, 29-27 e 29-28)
Erick Silva venceu Luan Chagas por finalização aos 3m57s do R3
Alan Nuguette venceu Steven Ray por decisão unânime (29-28, 29-28 e 30-27)
Vicente Luque venceu Hector Urbina por nocaute a 1m do R1
Gregor Gillespie venceu Glaico França por decisão unânime (triplo 29-27)
Fonte:Globo
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