domingo, 28 de dezembro de 2014

No Surf - Campeão do WQS, Filipe Toledo mira o título mundial para repetir Medina





Carlos Augusto




São raras as vezes em que um surfista se muda com toda a família para o exterior em busca da evolução. O natural é que ele procure o seu caminho sozinho, assim como já ocorreu com nomes como Adriano de Souza, o Mineirinho, que viveu alguns anos na Califórnia. Com a água salgada circulando em seu DNA, Filipe Toledo fugiu à regra e tem colhido os frutos em tempo recorde. Mudou-se com os pais, os irmãos e o cachorro de Ubatuba, no litoral paulista, para San Clemente, nos Estados Unidos, bem ao lado do pico de Trestles, que recebe uma das etapas do Circuito Mundial de Surfe (WCT). A evolução pôde ser notada em poucos meses e hoje ele se considera um surfista mais completo.

Campeão de duas etapas Prime do ranking de acesso, US Open, em Huntington Beach, na Califórnia, e o WQS de Maresias, em São Sebastião (SP), Filipe Toledo terminou 2014 na liderança do WQS (Divisão de Acesso). O jovem de 19 anos também teve um bom desempenho na elite do surfe (WCT), terminando o ano na 17ª posição do ranking. Em sua segunda temporada entre os melhores do mundo, ele ficou em quinto lugar em Pipeline (Havaí) e em Peniche (Portugal) e em nono nas etapas de Fiji, Hossegor (França) e Margaret River (Austrália). Desfalcou apenas a sétima etapa do WCT, no Taiti, por conta de uma lesão no tornozelo direito, mas voltou na parada seguinte, que, curiosamente, era em Trestles, o seu novo lar.

Filho de Ricardo Toledo, bicampeão brasileiro (1991 e 1995), Filipinho respira surfe desde que se reconhece por gente. O pai, que hoje trabalha como professor de educação física, foi um dos que mais ajudaram na decisão de mudar de país, mesmo tendo fortes raízes com Ubatuba. Foram dois anos de planejamento até o veredicto final.

Filipinho deu um show de aéreos na final do US Open e desbancou Willian Cardoso (Foto: Brandon Means)
Um dos principais destaques do "Brazilian Storm" ("Tempestade Brasileira"), apelido dado à nova geração de surfistas brasileiros, Filipinho diz que puxou de Ricardo o espírito guerreiro, a determinação e a vontade de lutar com todas as suas forças pelo seu objetivo. E o próximo já foi traçado: conquistar o título mundial. Esperança que se renovou ainda mais após o feito histórico do amigo Gabriel Medina, que tornou-se o primeiro brasileiro campeão mundial no Havaí.

Fonte:Globo
Fotos:Daniel Smorigo/Hurley e  Brandon Means

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