terça-feira, 26 de agosto de 2014

No Surf - Gabriel Medina vence Kelly Slater na decisão do Billabong Pro Tahiti






Carlos Augusto




O Brasil se aproxima cada vez mais do tão sonhado primeiro título mundial com Gabriel Medina, que nesta segunda-feira ganhou de Kelly Slater a decisão dos fenômenos de duas gerações do esporte nas ondas mais espetaculares do Samsung Galaxy ASP World Championship Tour. O Billabong Pro Tahiti entra para a história como um dos campeonatos com os tubos mais fantásticos de todos os anos, com Teahupoo bombando ondas perfeitas de 10-12 pés na segunda-feira para o verdadeiro espetáculo na bancada de corais mais perigosa do mundo. Slater quase consegue tirar a terceira vitória de Medina na temporada em sua última onda, mas faltaram três centésimos para virar o placar que terminou em 18,96 a 18,93 pontos. Com mais 10.000 pontos no ranking, o brasileiro abre uma grande vantagem de 7.800 pontos para o segundo colocado que passou a ser Kelly Slater com o vice-campeonato no Taiti.

Gabriel Medina reinando nos tubos de Teahupoo (Foto: Kirstin Scholtz / ASP)
Mas, depois de tantos tubos perfeitos durante todo o dia, a decisão do título do Billabong Pro Tahiti 2014 começou com poucas ondas e chegou a ser reiniciada porque ninguém surfou nada nos primeiros 15 minutos. Aí Medina já pegou o primeiro tubo para largar na frente com nota 7,90. Slater ficou com a prioridade de escolha da próxima onda, mas perdeu quando remou para uma e não entrou. Logo Medina pega a de trás, encaixa no tubo, sai limpo e ganha 9,07. Slater falha em outra tentativa, cai e toma uma série de ondas na cabeça, mas reaparece remando para o outside, enquanto Gabriel Medina desce uma bomba e faz outro tubaço saindo com o spray para tirar nota 9,43.
 
Passam-se alguns minutos nos grandes intervalos entre as séries e novamente Slater erra na escolha, deixando a melhor para Medina surfar outro tubo com muita tranquilidade, mas sem mudar o seu placar de 18,50 pontos. Demorou, mas o melhor do mundo em todos em tempos achou o seu primeiro canudo para entrar na briga com nota 9,63, a maior da bateria. Mas, o brasileiro logo dá o troco em outra grande onda, despencando num buraco incrível para entrar no trilho de mais um tubo fantástico em Teahupoo. O seu primeiro 10 no Taiti não saiu, mas valeu 9.53 para abrir 9.33 pontos de vantagem sobre Slater nos 15 minutos finais.
 
Na primeira tentativa, o onze vezes campeão mundial entra numa onda enorme que poderia dar a virada, mas cai na saída do tubo e a prioridade de escolha da próxima ficou para Gabriel Medina. Faltando 10 minutos, os dois remam na primeira da série e Medina foi no tubo, mas acabou não completando. Aí a melhor desta vez ficou para Kelly, mas não era tão boa e a nota 8.97 não serviu, pois precisava de 9.33. No toque dos últimos 5 minutos, a prioridade era dele, mas o tempo foi passando e nada de ondas, com os dois lado a lado esperando.
 
Faltando 2 minutos, Slater pegou um tubaço, sumiu lá dentro, mas não saiu de novo. Ele não desiste e no último minuto ainda acha outro tubo que consegue completar e o título do Billabong Pro Tahiti ficou em suspense pela divulgação da nota desta onda. Antes disso, Kelly acenou para Gabriel Medina e foi ao encontro dele cumprimentar o cada vez mais líder da corrida pelo título mundial da temporada.
 
Dos cinco juízes, dois acharam que a onda valia a virada e deram 9,40, mas os outros três não e a média ficou em 9,30, com Gabriel Medina conquistando mais uma vitória inédita para a sua carreira nas ondas mais temidas do mundo por três centésimos de diferença, 18,96 a 18,93 pontos. O brasileiro faturou mais um prêmio de 100.000 dólares e 10.000 pontos no ranking, abrindo uma larga vantagem de 7.800 pontos para o novo vice-líder e Slater é o único que vai brigar pela ponta com Medina na próxima etapa, de 9 a 20 de setembro em Trestles, na Califórnia, Estados Unidos.
 
Foto: Will Hayden-Smith / ASP
O resultado do Billabong Pro Tahiti provocou duas mudanças de nomes entre os 22 primeiros colocados no ranking que são mantidos na elite dos top-34 para o Samsung Galaxy ASP World Tour de 2015. As trocas envolveram quatro australianos. Adrian Buchan e Kai Otton entraram no G-22 do WCT e Adam Melling e Matt Wilkinson saíram. Melling ainda está garantindo a sua permanência entre os dez indicados pelo ASP Qualifying Series, mas Wilkinson ficou de fora da zona de classificação pelos dois rankings.
 
No momento, oito brasileiros estão na lista provisória dos top-34 para o ano que vem, um a mais do que neste ano. Metade pelo ranking principal, o líder Gabriel Medina, Adriano de Souza em sétimo lugar, Miguel Pupo em vigésimo e em 21.o o também paulista Filipe Toledo, que ficou tratando uma contusão no tornozelo e não foi competir no Taiti. O potiguar Jadson André está fora dos 22, mas é um dos quatro do Brasil no G-10 do ASP QS, junto com os paulistas Wiggolly Dantas e os catarinenses Tomas Hermes e Willian Cardoso.
 
RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO BILLABONG PRO TAHITI:
 
Campeão: Gabriel Medina (BRA) por 18,96 (notas 9.53+9.43) – US$ 100.000 e 10.000 pontos
 
Vice-campeão: Kelly Slater (EUA) com 18,93 pontos (9.63+9.30)  – US$ 40.000 e 8.000 pontos
 
SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$ 20.000 e 6.500 pontos:
 
1.a: Gabriel Medina (BRA) 18.67 x 4.17 Bede Durbidge (AUS)
2.a: Kelly Slater (EUA) 19.77 (10.0) x (9.90) 19.77 John John Florence (HAV)
 
QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com US$ 15.000 e 5.200 pontos:
 
1.a: Bede Durbidge (AUS) 19.87 x 19.00 Adrian Buchan (AUS)
2.a: Gabriel Medina (BRA) 17.27 x 15.27 Kolohe Andino (EUA)
3.a: John John Florence (HAV) 19.67 x 17.76 Dion Atkinson (AUS)
4.a: Kelly Slater (EUA) 19.80 x 16.10 Owen Wright (AUS)
 
TOP-22 DO RANKING DO SAMSUNG GALAXY ASP WORLD TOUR 2014 – 7 etapas:
 
1.o: Gabriel Medina (BRA) – 46.150 pontos
2.o: Kelly Slater (EUA) – 38.350
3.o: Joel Parkinson (AUS) – 36.150
4.o: Michel Bourez (TAH) – 34.500
5.o: Mick Fanning (AUS) – 34.400
6.o: Taj Burrow (AUS) – 33.700
7.o: Adriano de Souza (BRA) – 30.600
8.o: Kolohe Andino (EUA) – 27.700
9.o: Nat Young (EUA) – 27.650
10: Owen Wright (AUS) – 24.900
11: Josh Kerr (AUS) – 24.000
12: John John Florence (HAV) – 23.950
13: Bede Durbidge (AUS) – 22.700
14: Jordy Smith (AFR) – 18.900
15: Julian Wilson (AUS) – 15.750
16: C. J. Hobgood (EUA) – 15.450
17: Fredrick Patacchia (HAV) – 15.250
18: Sebastian Zietz (HAV) – 14.450
19: Adrian Buchan (AUS) – 14.450
20: Miguel Pupo (BRA) – 14.200
21: Filipe Toledo (BRA) – 13.000
22: Kai Otton (AUS) – 12.000
 
Outros brasileiros:
 
27: Alejo Muniz (BRA) – 10.700 pontos
29: Jadson André (BRA) – 8.500
35: Raoni Monteiro (BRA) – 3.500
 
Fonte:www.aspsouthamerica.com
Foto:Kirstin Scholtz/Will Hayden-Smith/ASP
Texto:João Carvalho

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