sexta-feira, 14 de novembro de 2008

MATÉRIA DE JORNAL - FUTURO ESTADIO OTAVIO MANGABEIRA




Coutinho Neto, Repórter de pista e apresentador e animador de programa esportivo.







O governo do Estado ainda prefere fazer silêncio, mas a situação já está definida. Quarenta e três dias depois de anunciar o projeto da Setepla para a reformulação da praça esportiva, o Grupo de Trabalho baiano para a Copa do Mundo de 2014 estabeleceu: o espaço ao redor da ‘Nova Fonte Nova’ seguirá a idéia da KPMG.
No final da manhã de quinta-feira, 13, as seis empresas concorrentes receberam o ofício circular nº 28, assinado pelo secretário de Esporte, Nilton Vasconcelos, confirmando a escolha e agradecendo a participação de todas. O início das obras está previsto para janeiro de 2010 e a divulgação das oito a 12 cidades sub-sedes sai em março do ano que vem.
Salvador está entre elas.
Quem ainda nutria a mínima desconfiança sobre a candidatura soteropolitana, já pode ir se acostumando.
Além de ser tão suíça quanto à Fifa e o seu presidente Joseph Blatter, a auto-intitulada “firma-membro” da rede KPMG (que pretende levantar três espigões de 30 pavimentos no entorno do Octávio Mangabeira – shopping e hotel incluídos), é a responsável pela auditoria externa da entidade que controla o futebol internacional.
“As primeiras reuniões acontecerão na próxima semana”, diz o sócio-diretor Maurício Endo, entre uma reunião e outra, na cidade de São Paulo. Pela proposta inicial, orçada em R$ 450 milhões – valor que levava em conta a demolição e posterior construção da arena –, uma espécie de “praça do torcedor” e um estacionamento para cerca de 10 mil veículos também se destacam. Desapropriações não estão descartadas. Todo o complexo da Vila Olímpica, englobando piscinas e Ginásio Antônio Balbino, seria removido para a área do Parque de Pituaçu.
Maiores detalhamentos só após estudo com as chamadas análise de demanda e pesquisa de mercado. “Pode vir a ser uma parceria público-privada, mas a idéia é maximizar as receitas do entorno para minimizar a parte do Estado”, conta Endo, a respeito da forma em que o projeto será viabilizado. Na apresentação da empresa na Bahia, em agosto, falou-se em “concessão” pelo período de 35 anos. A partir de agora, a consultoria trabalhará em conjunto com a colega paulista Setepla Tecnometal Engenharia Ltda., que teve como grande trunfo a aliança com os alemães que reformaram o Estádio de Hanover, para o Mudial de 2006. Salvador precisa entregar o projeto básico da Nova Fonte, com detalhes arquitetônicos e informação do grupo de investidores que possibilitará a obra, logo no começo de 2009. Iphan de olho – Ansioso pela publicidade dos critérios utilizados, que até hoje considera insuficientes, o arquiteto Carl Von Hauenschild, da companhia derrotada Urplan (única da Bahia na lista), garante que a proposta da KPMG não atende ao recém-sancionado Plano Diretor. “Eles estão colocando um coeficiente de aproveitamento urbano além do permitido. É 2,25, mas deve estar perto de quatro.
Essa história ainda vai ter muitos desdobramentos”, vislumbra. Idem para a regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Não basse o processo de tombamento do estádio que corre no órgão, três bens das adjacências já se encontram tombados. Além do Dique do Tororó, no ano de 1959, esta é a situação do Colégio Anfrísia Santiago e do Convento de Desterro desde 1938.
Citando precedentes como o de Recife, “onde construíram assim e a Justiça mandou derrubar depois”, o então superintendente do Iphan no Estado, Leonardo Falangola, já declarava há um mês que não permitiria torres verticalizadas, por exemplo, no local.
“Certamente interfeririam não só nos bens já tombados, como no próprio Centro Histórico da cidade. É preciso cuidado”.



FONTE: JORNAL ATARDE
COUTINHO NETO
RADIO SANTA CRUZ DE ILHÉUS
ABCD - 904






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