quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sou mais Brasil.


Chico Andrade é Geógrafo,
professor, escritor e
cientista político.





Jamais esqueci de uma madrugada de 2002 que me fez chorar. A seleção brasileira de futebol, que naquela madrugada enfrentaria a seleção chinesa, contando com Ronaldinho gaúcho, Ronaldo fenômeno, Roberto Carlos, Rivaldo e todos os R a que tinha direito, iria iniciar a partida as 3 da manhã. A rede globo, que transmitiu a partida com a narração de Galvão Bueno, mostrou como estava o país as 2:45 e, através das imagens produzidas por um helicóptero, exibiu o país inteiro acordando, as luzes se acendiam para formar um Brasil de audiência e unir uma nação através do esporte. Chorei, confesso. Aquela imagem ficou gravada na memória dos patriotas entusiastas que carregam o Brasil no peito, que fazem da pátria um escudo fiel.

Com a proximidade da copa do mundo de 2014, cuja sede será o Brasil, considerei legitimo relembrar, aos amigos e amigas que prestigiam o toque esportivo, o conceito de nação. Nação è o conjunto de pessoas ligadas por laços afetivos, históricos e culturais. Aliançadas por seus costumes, as pessoas elegem parlamentares que, enquanto representantes legais do povo, elaboram leis que garantem, além da preservação da cultura do povo, a soberania.

Entretanto, as ultimas ações da FIFA demonstram que a instituição insiste em querer desrespeitar a soberania dos países que sediam a copa do mundo de futebol. A FIFA tenta, sem sucesso, impor à presidenta Dilma a absurda concepção de que a instituição em questão está acima da soberania nacional, exigindo descabidas alterações na legislação que eliminariam, entre outras coisas, a meia entrada para estudantes,além de diversas outras conquistas da sociedade. Enquanto o Brasil possui uma legislação séria a respeito do cigarro, a FIFA apóia o tabagismo e sua industria, que ceifam a vida de milhões de pessoas anualmente no Brasil e no mundo.

Felizmente, Dilma tem primado pelos interesses da sociedade brasileira, e apresenta um comportamento exemplar. Talvez ela estivesse acordada naquela madrugada de 2002, e tenha sentido a mesma emoção que senti naquela histórica madrugada em que o Brasil deu mais um passo rumo à conquista do penta, que se concretizaria dias depois. Dilma entende o que é uma nação. A FIFA não.

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