Por Alberto Kruschewsky
O Triathlon está de volta a Ilhéus e você deve estar se perguntando por que o evento n
ão acontece no Pontal, circuito que ganhou fama internacional. A beleza da baía do Pontal e o percurso plano na Ilhéus-Olivença formam um conjunto excelente, não há dúvida. Mas, além do prejuízo causado pelo fechamento do tráfego à zona sul, o percurso Cristo/Avenida Soares Lopes/ Dois de Julho, onde acontece a prova deste sábado (13/11), parece ter sido construído para os eventos multi-esportivos. Quando coloco aqui um parecer sobre percursos de triathlon, o faço respaldado pela disputa de mais de 20 provas de brasileiro, dois sulamericanos, dois panamericanos e os mundiais de Cancun (México), Cleveland (EUA), Perth (Austrália), Lausanne (Suíça), Montreal (Canadá) e Varadero (Cuba). Não se trata, portanto, do opinar por opinar, mas de análise baseada em anos de experiência. Para que vocês entendam, vamos enumerar aspectos inerentes ao percurso atual (Cristo/Soares Lopes/Dois de Julho), comparando-o ao do Pontal:
01. A natação no Cristo traz maior segurança aos triatletas, pois a disposição das bóias vai permitir a passagem pelo percurso sem exposição à parte de corrente mais forte e profunda da baía. A natação vai acontecer protegida pela ponta de areia formada pelo assoreamento natural. Na largada na praia da Maramata, imediatamente após a saída os atletas já passavam pela parte mais profunda, de maior corrente.
02. Assim como no Pontal, o percurso do Cristo tem a área de transição (onde ficam as bicicletas) recuada, ou seja, os atletas circulam no ciclismo e na corrida sem passar pela estrutura maior do evento. No Cristo, existe ainda a vantagem de a arquibancada estar localizada lateralmente à natação e de frente para a área onde serão guardadas as bicicletas. O público pode ver o percurso na água, a saída dos triatletas e acompanha de pertinho a transição natação/ciclismo e ciclismo/corrida. Considerando-se o espaço físico, as dimensões da área de transição do Cristo parecem ter sido concebidas para o esporte.
03. O percurso da avenida tem 5 Km redondos. Não existe a necessidade de criar um cotovelo para que as bicicletas ou corredores contornem. As voltas são completas, com exigência técnica em curvas bem delineadas e sinalizadas. Além disso, os atletas passam no quarteirão Jorge Amado, parte da riqueza histórica e cultural da nossa cidade. O conjunto paisagístico proporcionará imagens belíssimas.
04. O público pode circular no percurso Cristo/Soares Lopes/Dois de Julho sem que o fluxo seja estrangulado. É tranqüilo o trânsito de pessoas para o Cristo pela calçada, bem como na Avenida 2 de Julho. No Pontal, quem se colocasse no Pontal Praia Hotel, por exemplo, só poderia sair ao final do evento, assim como o público em vários pontos daquele percurso, estivesse ali para presenciar o triathlon ou não. Neste sábado, você pode escolher onde quer acompanhar a prova.
Fico feliz em dizer que esse percurso poderia receber provas internacionais, pois não deve nada aos locais onde disputei mundiais. E tem o público ilheense, insuperável! O triathlon foi paixão à primeira vista. Tenho certeza que essa empatia retornará com força crescente. No passado, começamos com uma taça Brasil no início dos anos 90. Agora vem um festival que traz a quarta etapa do baiano da modalidade. É esperar para ver!
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