quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Brasil Afora: zebra em 2006, Colo Colo sonha em repetir o feito na Bahia.



Carlos Augusto




O nome é homônimo ao maior clube do futebol chileno. As cores são inspiradas nas do Boca Juniors, da Argentina. E o tigre é sua mascote. Muitos podem pensar se tratar de uma nova equipe estrangeira. Mas é baiana. E, desde 3 de abril de 1948, se orgulha de colocar a cidade de Ilhéus, município de maior extensão litorânea dentre os demais do Estado da Bahia, no mapa do futebol brasileiro. O Colo Colo nasceu a partir de um torneio promovido pelo Sindicato dos Comerciantes da região e escreveu seu nome na história do Campeonato Baiano, o mais antigo do país, ao conquistar o título em 2006, interrompendo o reinado dos rivais Bahia e Vitória.

- Começou na Semana Inglesa (nome do torneio promovido por comerciantes da região). Vários times se reuniam aos sábados para jogar bola no estádio municipal de Ilhéus – diz Júlio Rodolfo Vieira, hoje com 85 anos, membro da primeira diretoria do clube, por telefone.

Na década de 50, o Colo Colo, do Chile, fazia da sua intimidade com a bola um espetáculo de futebol, encantando os espectadores e inspirando o nome do time ilheense. O primeiro uniforme surgiu graças a uma viagem a Buenos Aires. José Haroldo de Castro Vieira, um dos fundadores, se encantou com as cores do Boca Juniors e comprou uma camisa do tradicional clube argentino. Quando voltou ao Brasil, em decisão com os demais companheiros e mandatários, decidiram pelas cores amarelo e azul.



- Como já existiam dois clubes na cidade, o Vitória de Ilhéus e o Flamengo, e o azul e amarelo eram cores neutras, as adotaram – explica o atual presidente José Maria de Oliveira Santanna.

Campeão ilheense em 1953, o Tigre conquistou o tetracampeonato municipal de 1958 a 1961, e, em 1967, participou pela primeira vez do Campeonato Baiano profissional. Porém, em 1969 voltou à categoria de amador.

- A economia do Sul da Bahia, principalmente da cidade de Ilhéus, se baseava no cultivo e comércio de cacau. Mas no fim dos anos 90, surgiu um surto de doença chamada "vassoura de bruxa", que destruiu toda a produção – a região chegou a ser a primeira neste cultivo. Assim, houve um empobrecimento, que gerou muito desemprego. Afetou o clube à medida que ficou sem receita, porque, quando o cacau tinha uma boa produção, as empresas da região investiam.


Volta aos profissionais em 1998 e campeão baiano em 2006


Após 28 anos disputando competições amadoras, o Colo Colo voltou a ter uma equipe de futebol profissional a partir de 1998. Até 1992 o clube estava esfacelado financeiramente, e seu presidente Rubens de Souza Guerra havia falecido. José Maria de Oliveira Santanna assumiu o cargo dias depois e reestruturou o Tigre para, enfim, voltar às competições profissionais:

- Em 1999, disputamos a Segunda Divisão profissional do Campeonato Baiano e fomos campeões. Estamos na Primeira Divisão desde 2000. Em 2006, arrisquei em investir mais do que devia porque Bahia e Vitória estavam na Série C, com investimentos menores. Deu certo e fomos campeões. Hoje a situação é outra. Dependo de parcerias para mantermos o time – revela.

Nesta temporada, o Colo Colo fez péssima campanha no Estadual, ficando em último lugar no grupo 1, com apenas 10 pontos, sendo eliminado ainda na primeira fase. Para não repetir o fiasco em 2011, a diretoria pretende começar a pré-temporada a partir do dia 20 de novembro:

- O Campeonato Baiano começa dia 20 de janeiro, mas tem um torneio início a partir do dia 8, em Salvador. E toda a receita será destinada para ex-atletas que estão com problema de hepatite. Será em Pituaçu, para poder ajudar esse segmento. Estamos pensando em contratar, em média, 13 profissionais.

E a torcida fica para que o Bahia, vice-líder da Série B, e o Vitória, que luta contra o rebaixamento à Segunda Divisão, permaneçam na elite, o que seria bom para os demais clubes de menor orçamento do estado.

- Nossa esperança em 2011 é com a visibilidade que o Campeonato Baiano terá, porque houve venda de direitos de grade, transmissão, então certamente vai gerar mais receita. Se o Bahia e Vitória estiverem na Primeira Divisão nacional, vai melhorar, todos os olhares estarão para o Nordeste – completou o dirigente.




Fonte: globoesporte.com(Copia matéria na integra)
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2010/11/brasil-afora-zebra-em-2006-colo-colo-sonha-em-repetir-o-feito-na-bahia.html

Um comentário:

Pablo Brandão disse...

Ficou muito boa a matéria, Carlos!
Nesse Baiano de 2011 eu vôh no estádio assistir uns jogos, torcer pelo Tigrão! =D