Beat Reusser
Foi sofrido, nos pênaltis, foi diante de uma torcida apaixonada. E
nesse sábado, no Estádio Nacional, na Capital Santiago, o Chile
conquistou sua primeira Copa América em quase 100 anos de história do
torneio continental. A seleção chilena empatou por 0 a 0 com a Argentina
no tempo normal e na prorrogação e venceu nos pênaltis.
Assim, a
Argentina continua com a seca de títulos que já dura 22 anos, desde
1993, quando venceu a mesma Copa América com gols decisivos de
Batistuta. Nas quatro linhas, o Chile foi mais organizado, mas falhou na
hora de decidir, enquanto a Argentina dependeu da genialidade de Messi.
Argentina e Chile fizeram primeiro tempo equilibrado e disputado.
Marcação por pressão e disputa intensa pela posse de bola dos dois
lados. Os argentinos tiveram as melhores chances em jogadas de Messi e
Pastore, desperdiçadas por Agüero e Lavezzi - substituto de Di Maria,
que saiu com lesão muscular na coxa direita e ficou de fora de mais uma
decisão após perder a final do Mundial de 2014.
Já os chilenos
tiveram um pouco mais de posse de bola, estiveram mais presentes no
campo de defesa rival e foram melhores taticamente. Mas só levaram
perigo com Vidal, em voleio que saiu fraco, e Vargas, após
contra-ataque.
No segundo tempo, o Chile foi melhor, com mais
organização tática em campo. E a Argentina deixou a desejar,
limitando-se à bola aérea, ponto fraco dos donos da casa, e aos
contragolpes puxados por Messi.
Na metade da etapa final,
Valdivia foi substituído e não gostou. Não cumprimentou Matías
Fernandes, gesticulou bastante, ignorou Sampaoli e ainda deu um bico no
banco de reservas. Logo depois, o Chile quase abriu o placar em sua
melhor chance na partida. Aránguiz lançou Vargas, que bateu de primeira e
tirou tinta da trave de Romero. Já nos acréscimos, foi a vez da
Argentina de falhar da hora de decidir. Messi arrancou pelo meio-campo e
serviu Lavezzi, que só rolou rasteiro para Higuaín, um pouco sem
ângulo, perder o gol que daria o título da Copa América aos argentinos.
Uma cavadinha de Alexis Sánchez na quarta
cobrança, depois de erro de Higuaín e defesa de Bravo no chute de
Banega garantiu a comemoração. La Roja consegue se livrar do estigma de
seleção sem títulos conquistando a Copa América organizada em casa.
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