sexta-feira, 13 de março de 2009

Treinos coletivos são marcados por surpresas






Beat Reusser de Jesus







Quatro dias de ajustes finais, buscas de soluções alternativas e ensaios para o início da temporada mas, principalmente, de uma mudança completa em todos os prognósticos feitos inicialmente sobre a temporada de 2009 da F-1.

O circuito de Barcelona foi testemunha, durante quatro dias, de uma das maiores surpresas da principal categoria do automobilismo mundial em muitos anos: os primeiros ensaios do BRGP 001, o carro da equipe Brawn, que completou, nesta quinta-feira (12), apenas e tão somente uma semana de vida. É claro que o bólido já vinha sendo preparado desde o ano passado, muito antes de a Honda abandonar a categoria. No entanto, por toda a novela após a saída da montadora, a expectativa era de resultados bem mais modestos.

Rubens Barrichello e Jenson Button foram os dois pilotos mais rápidos da semana, com o brasileiro sendo o único a obter uma volta na casa de 1min18s. Além disso, o desempenho do carro não foi bom apenas em voltas lançadas. Os pilotos simularam uma corrida e obtiveram tempos muito competitivos.

Se fosse para eleger um "campeão" dos testes, este time seria, com certeza, a Brawn. A impressão positiva sobre a equipe é compartilhada por jornalistas e pilotos. O brasileiro Felipe Massa comemorou que a equipe inglesa não tem o KERS, enquanto Fernando Alonso assinalou que, mesmo com pouca gasolina, é impossível acompanhar o ritmo dos carros ingleses.

Na sequência, aparece uma briga intensa e aberta entre escuderias com carros muito bem acertados: Ferrari, BMW Sauber e Toyota. Os times pareceram ser os mais regulares durante os quatro dias de ensaios, com todos os pilotos completando longos programas. Além disso, a diferença entre os melhores tempos registrados por cada equipe foi de apenas 0s2.

Fazer um prognóstico sobre o que cada equipe pode fazer é muito difícil, mas a força dos pilotos de BMW e Ferrari é vista como pontos de desequilíbrio em um eventual embate contra a Toyota, que conta com Jarno Trulli e Timo Glock.

Na sequência, outras três equipes formaram uma espécie de "bloco intermediário". Red Bull, Williams e Renault ainda não conseguiram se firmar como potências para o campeonato. A equipe inglesa teve seu momento de brilho no último dia de treinos, quando Nico Rosberg ficou com a segunda marca do dia e a terceira melhora da semana, mas ninguém aposta em uma evolução da equipe para chegar aos primeiros postos.

Por outro lado, Fernando Alonso e Sebastian Vettel são vistos como pilotos capazes de alavancar um carro médio às primeiras posições apenas pelo talento natural de ambos, um bicampeão da categoria e um garoto-prodígio.

Pelo desempenho em Barcelona, Force India e Toro Rosso devem disputar as últimas posições do grid durante a temporada. Nenhum dos dois times conseguiu figurar em algum momento entre os melhores nos testes e não demonstram um poder de crescimento no transcorrer da temporada.

Uma equipe não foi citada até o momento justamente porque não é possível entender o seu desempenho: trata-se da McLaren, do campeão Lewis Hamilton. Principal força da F-1 ao lado da Ferrari nos últimos anos, o time de Woking simplesmente não conseguiu deixar as últimas posições durante os treinos.

Na semana passada, em Jerez de la Frontera, o time também tinha sofrido para obter bons desempenhos, deixando muita gente com a pulga atrás da orelha. Apesar dos tempos pífios para uma equipe do porte da McLaren, o sentimento no paddock é que o time precisa ser respeitado. A força da equipe já mostrou no passado que, em um curto espaço de tempo, é possível sair do limbo para brilhar entre as concorrentes ao título. É esperar para ver.

A partir deste domingo (15), quatro equipes realizam testes em Jerez. São elas: Brawn, McLaren, Williams e Renault. As outras já começam a empacotar tudo para a primeira prova do ano, no dia 29, em Melbourne na Austrália.

Testes coletivos, final:

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