Beat Reusser de Jesus
correspondente Suíço
Uma das nações mais tradicionais do esporte a motor, a Suíça estava afastada da Fórmula 1 há 14 anos, mas vai retornar à categoria no ano que vem graças ao jovem Sebastien Buemi. Confirmado como novo titular da Toro Rosso na última sexta-feira, o novato de 20 anos será o 23º piloto da Suíça a competir na Fórmula 1 e o primeiro desde o obscuro Jean-Denis Deletraz, que disputou apenas três corridas entre 1994 e 1995.
No ranking de países que mais tiveram representantes na categoria, a Suíça aparece em oitavo lugar, atrás apenas de Estados Unidos, Grã-Bretanha, Itália, França, Alemanha, Brasil e Argentina. O curioso é que o esporte a motor era proibido por lei na Suíça até 2007, em virtude de um acidente que matou 84 pessoas nas 24 Horas de Le Mans de 1955. A tragédia chocou as autoridades e a realização de corridas foi proibida não só na Suíça, mas também na França. Em solo francês, a proibição durou apenas alguns meses, mas na Suíça permaneceu durante mais de cinco décadas.
Apesar disso, alguns pilotos suíços conseguiram chegar à Fórmula 1 competindo em outros países. Nos anos 60 e 70, Jo Siffert e Clay Regazzoni somaram sete vitórias, as únicas que a Suíça teve até hoje na Fórmula 1. O último triunfo de um piloto helvético aconteceu no GP da Inglaterra de 1979, quando Regazzoni conquistou sua quinta e última vitória, que também foi a primeira da equipe Williams. Falecido em 2006, Regazzoni foi o piloto suíço que chegou mais perto de se sagrar campeão: em 1974, o título escapou por apenas três pontos para Emerson Fittipaldi e Regazzoni precisou se contentar com o vice.
A primeira edição do GP da Suíça foi realizada em 1934, antes mesmo da criação da Fórmula 1, e foi vencida pelo alemão Hans Stuck. A partir de 1950, a prova helvética ganhou lugar cativo no calendário e sempre acontecia no longo e perigoso circuito de Bremgarten. Entretanto, a tragédia de Le Mans, em 1955, pôs fim ao GP da Suíça na Fórmula 1. Em 1982, a categoria chegou a ter uma etapa que ganhou o nome de "GP da Suíça". Na realidade, porém, a prova foi realizada no circuito francês de Dijon-Prenois.
Pilotos suíços que já passaram pela Fórmula 1
Emmanuel de Graffenried (1950-1956, 22 GPs)
Toni Branca (1950-1951, 3 GPs)
Rudi Fischer (1951-1952, 7 GPs, 2 pódios)
Peter Hirt (1951-1953, 5 GPs)
Rudolf Schoeller (1952, 1 GP)
Max de Terra (1952-1953, 2 GPs)
Albert Scherrer (1953, 1 GP)
Ottorino Volonterio (1954-1957, 3 GPs)
Michael May (1961, 2 GPs)
Heinz Schiller (1962, 1 GP)
Heini Walter (1961, 1 GP)
Jo Siffer (1962-1971, 96 GPs, 2 vitórias, 6 pódios)
Silvio Moser (1966-1971, 19 GPs)
Xavier Perrot (1969, 1 GP)
Clay Regazzoni (1970-1980, 132 GPs, 5 vitórias, 28 pódios)
Jo Vonlanthen (1975, 1 GP)
Loris Kessel (1976-1977, 3 GPs)
Marc Surer (1979-1986, 82 GPs)
Franco Forini (1987, 2 GPs)
Gregor Foitek (1989-1990, 7 GPs)
Andrea Chiesa (1992, 3 GPs)
Jean-Denis Deletraz (1994-1995, 3 GPs)
Sebastien Buemi (2008-)
Vitórias da Suíça na Fórmula 1
1968: GP da Inglaterra (Jo Siffert, Lotus-Ford)
1970: GP da Itália (Clay Regazzoni, Ferrari)
1971: GP da Áustria (Jo Siffert, BRM)
1974: GP da Alemanha (Clay Regazzoni, Ferrari)
1975: GP da Itália (Clay Regazzoni, Ferrari)
1976: GP de Long Beach (Clay Regazzoni, Ferrari)
1979: GP da Inglaterra (Clay Regazzoni, Williams-Ford)
Jo Siffert (1936-1971)
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