quarta-feira, 17 de junho de 2009

Nílson Santos, irmão de Nílton, jogou com ele no Botafogo





Augusto Junior





Ótima história contada por Roberto Porto no seu blog hospedado no site Fogaonet.com.

Nilton Santos e Nílson Santos / Foto: blog do Roberto Porto

"Vocês, que têm o costume de frequentar o meu blog querem que eu fale do Botafogo atual? Pois muito que bem: o Botafogo atual não existe e caminha a passos largos para retornar à segunda divisão. E de lá, se São Carlito Rocha das Gemadas não ajudar, ressuscitar o Biriba e o Neném Prancha, vai ser uma parada dura de roer para retornar à elite. Por isso, embora o Botafogo não preste mas eu gosto dele, vou retornar algumas décadas para falar num assunto que poucos sabem – a não ser Pedro Varanda, a verdadeira enciclopédia viva do Botafogo de Futebol e Regatas.

Vocês sabiam que Nílton dos Santos teve um irmão, Nílson Luiz dos Santos, que chegou a jogar com ele no time principal? Não? Pois saibam que teve (foto no Maracanã), no curto período de 1956 e pouco antes do Campeonato Carioca de 1966. A estréia de Nílson dos Santos (sem o irmão) ocorreu a cinco de agosto de 1956, num amistoso em Minas diante do Social e venceu por 6 a 2. O time? Lá vai: Amauri, Orlando Maia, Thomé e Rubens Bimba (Nílson Santos); Bob e Bauer (Pampolini); Garrincha, João Carlos, Mário Mimi, Paulo Catimba Valentim (estreando também), Alarcón e Hélio Boca de Sandália (apelido que Sandro Moreyra (1919-1987) deu ao nosso ponteiro-esquerdo durante uma excursão à Europa em 1955.

Mas Nílton e Nílson, por exemplo, jogaram juntos no time que derrotou o Bonsucesso por 2 a 0, no Maracanã, a oito de dezembro de 1956. Querem a escalação? Lá vai: Amauri, Nílson Santos, Abigail e Nílton Santos; Pampolini e Juvenal; Garrincha, Didi, Paulo Valentim, Gato e Neivaldo, meu amigo que se foi tão cedo. Mas Nílson Santos também viajou com outrora Glorioso – não esse bando que se arrasta por este ano de 2009 – numa excursão à Venezuela (ainda sem Hugo Chávez). O Botafogo superou o Sevilha da Espanha por 2 a 0 e formou com Amauri, Beto, Domício e Nílson Santos; Garrincha, Didi, Paulo Valentim, Édson Praça Mauá e Quarentinha (que tinha regressado do imbecil empréstimo ao Bonsucesso).

Mas Nílson Santos ainda resistiu até 1966, quando o Botafogo venceu o Ferroviário de Fortaleza (3 a 0), com a seguinte equipe: Cao, Joel Martins, Nagel, Adevaldo e Paulistinha (Nílson Santos); Élton e Luiz Carlos Theodoro (Eliseu); Dagoberto (Jorge), Humberto, Sicupira e Jerônimo.

Como se vê, Nílson Santos tentou seguir os passos do irmão (hoje com 84 anos completados a 16 de maio passado), mas não teve sorte ou futebol para isso. De qualquer jeito, é sempre bom lembrar o Botafogo era um time – hoje é um aglomerado – que jogava e excursionava pelo Brasil e exterior. E que a Enciclopédia do Futebol Brasileiro teve um irmão que jogava a seu lado, tentando uma carreira. Vocês sabiam disso? Eu tive a sorte de ver Nílson jogar nos aspirantes em General Severiano. E vocês?

Só lhes restou esse Botafogo à beira do abismo. E que abismo, leitores..."

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